quinta-feira, 1 de outubro de 2015

"Pai, deixa eu ser da Umbanda?"

Uma pequena menina, foi levada pela tia á um terreiro de umbanda numa festa de Cosme e Damião e lá vendo os guias manifestados, se encantou com aquele ambiente religioso. 
Chegando em casa ela falou com os pais assim: “Pai deixa eu ser da umbanda?” 
O Pai e a mãe disseram:
“De jeito nenhum, isso é coisa do diabo” 

E por toda a semana a jovem menina tanto insistiu que por fim os pais falaram: 

“Quer ser desta seita do diabo? Pode ser, mas, com uma condição, todo culto que você for, quando você chegar em casa, vai tomar uma surra pra afastar estas “coisas ruins” que virão com você!” 
 Então ela falou “Tudo bem, eu aceito”.

E assim começou o calvário daquela jovem menina, ia pro culto chegava em casa uma surra, ia pro culto novamente, chegava em casa, outra surra. 
Um dia sua tia que a levou ao terreiro lhe deu uma blusa e saia brancas para que se vestisse como todos na casa, neste dia a menina estava radiante e muito feliz com sua roupa branca, dançou e cantou várias cantigas na frente do altar sozinha e bateu cabeça ao seu Pai de Santo, que carinhosamente chamava de “Padrinho”, mesmo sabendo que apanharia de seu pai biológico quando chegasse em sua casa...
No término do culto o pai da menina chegou bêbado, pegou a menina pela mão e a espancou muito diante do terreiro e não satisfeito jogou-a no chão com força, desta forma, batendo a cabeça dela no meio fio e a machucando mortalmente. 
Prenderam o pai da menina, enquanto a tia e o Pai de Santo pegaram a menina e a colocaram em um banco, tiraram sua roupa branca e lhe enrolaram em lençóis, enquanto ela ameaçava perder a consciência, naqueles instantes, quando lhe voltava a consciência, ela falava:
”Padrinho cadê minha roupa branca?” 
O Pai de Santo já chorando lhe falou: 
“Esquece sua roupa branca minha filha, ela tá toda suja de sangue, fica firme, aguenta que os médicos estão chegando” 

Às vezes, ela apagava, às vezes se acordava de novo e falava: 
“Tia... Padrinho..., me dá a minha roupa branca, eu quero a minha roupa branca”; e eles falavam: 
“Esqueça sua roupa branca filha, ela tá toda suja de sangue”; e isso aconteceu umas cinco vezes; na quinta vez que aconteceu isso, a menina falou : 
“Padrinho, padrinho eu estou vendo Oxalá ali em pé e ele está me dizendo que vai me levar agora, por favor, por tudo o que é mais sagrado, me dá a minha roupa branca”

O Pai de Santo extremamente abalado foi lá dentro do terreiro, pegou a roupinha branca da menina toda ensanguentada e lhe entregou nas mãos, ela abraçou sua roupa branca com todo carinho, só de calcinha e foi fechando os olhinhos pela última vez nessa terra, nisto o Pai de Santo lhe perguntou 
“Mas por que você quer tanto essa roupinha branca minha filha?” 

E as últimas palavras da menina foram:

“Eu quero entrar com essa roupa branca suja de sangue no céu, pra mostrar prá Oxalá que, assim como um dia ele sangrou por mim, eu também sangrei por Ele”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente conosco o que você achou da postagem